Enquanto milhares de fãs ao redor do mundo se preparam emocionalmente para dar adeus ao Sepultura, Max Cavalera parece bem distante desse sentimento. O ex-vocalista e guitarrista da banda — que ajudou a fundar o grupo nos anos 80 — falou pela primeira vez sobre a turnê de despedida, e sua resposta foi, no mínimo, indiferente.
Durante uma entrevista ao programa Full Metal Jackie, Max foi direto ao ser questionado sobre o encerramento da banda que liderou por mais de uma década:
“Eles ainda a chamam de Sepultura, mas todo mundo sabe que não é a mesma coisa e nunca será a mesma coisa. E eu não tenho nada a ver com o que eles estão fazendo, com a dissolução da banda.”
A declaração reforça o distanciamento do músico em relação à formação atual do Sepultura, com quem rompeu laços em 1996, após o icônico álbum Roots. Desde então, Max seguiu uma trajetória paralela com projetos como Soulfly, Cavalera Conspiracy e recentemente com os relançamentos de álbuns clássicos ao lado de seu irmão, Iggor Cavalera.
Anunciada em dezembro de 2023, a turnê Celebrating Life Through Death marca oficialmente o fim de uma era para o metal brasileiro. Ao longo de 40 anos, o Sepultura gravou discos históricos como Arise, Chaos A.D. e Roots, tocou em mais de 80 países e se tornou uma das maiores exportações musicais do Brasil.
“Depois de mudanças e aprendizados, nós vamos parar”, diz o comunicado publicado no site oficial da banda.
A turnê começou em março de 2024 e deve se estender pelos próximos meses, passando por diversos continentes. Para os fãs, o momento é de celebração e despedida. Para Max Cavalera, parece ser só mais uma notícia qualquer. Desde a saída dos irmãos Cavalera, a banda continuou com Derrick Green nos vocais e Andreas Kisser na guitarra, mantendo uma base sólida de fãs e lançando álbuns elogiados como Dante XXI, Machine Messiah e o recente Quadra. Mas a discussão sobre qual é o “verdadeiro Sepultura” ainda divide opiniões.
Com a banda caminhando para seu fim oficial, a declaração de Max reacende o debate sobre legado, autenticidade e continuidade — algo que, no mundo do metal, nunca deixa de gerar polêmica.